Por meio de leituras dramatizadas de cenas criadas em épocas distintas – contextualizando vida e obra de seis autores – este estudo propõe a atores “aprender a ler” aquilo que não está textualmente escrito, embora sugerido ou indicado: mais do que revelar, as palavras ditas ocultam significados.

Ao reconhecer, nas entrelinhas, circunstâncias dadas pelo diálogo e assim expressar pontuações emocionais possíveis, a missão do ator consiste em rechear com vida convincente as palavras usadas pelo dramaturgo – tornando Shakespeare “apaixonado”, Molière “divertido”, Ibsen “vibrante”, Tchekhov “surpreendente”, Brecht “instigante” e Nelson “desagradável”.

Esta atitude de apropriação poética transforma o intérprete num tradutor da condição humana ao atribuir sentidos antes sonoramente invisíveis. Mediante práticas de interpretação, este curso irá propiciar vivências de estilos e gêneros diversos, clássicos e contemporâneos, da dramaturgia ocidental e brasileira.