“Se o EU é uma construção, o que constrói uma cena?”
Esta oficina é um convite para, através de nossa subjetividade com as ferramentas do teatro, construir escuta e composição de cena e personagem. Um diálogo de um saber interno e a cena.

O TEATRO DO NÃO EU

O Eu impera na sociedade. O culto à imagem e o reforço narcísico estão espalhados ao nosso redor. Nosso Eu experimenta o mundo. A psicanálise freud-lacaniana sustenta firmemente a espetacular descoberta do Eu como um sintoma. Sabedorias do Oriente convocam o sujeito à aniquilação do ego, e há quem acredite que o Eu seja nossa doença. Um artista é alguém inquieto, que se pergunta!

A partir dessas perguntas e pesquisa, o ator, roteirista e diretor Rafael Infante parte para o laboratório de cena e cria o Teatro do Não-Eu, acreditando que o Teatro é uma ferramenta poderosa de manifestação do sujeito que fala e é criativo — e que, no palco, surge o inconsciente cruzando o espaço-tempo e se inscrevendo numa dimensão sofisticada de elaboração. O palco é sonho e real, desejo e fantasia.

Se meu Eu é uma construção, o que é Cena?

Ciente de que cada um possui um trajeto, um inconsciente e um teatro singular, esta Oficina parte de um método que transita por diversas ferramentas do teatro, utilizando a potência e o desejo pessoal de cada artista para criar cenas únicas — frutos de um encontro também único.

Conectar-se com essa força, a partir do contato com nossas próprias perguntas, não segue uma regra definida para todos. Mas um ator dispõe de técnicas e alternativas para acessar esse lugar. Fazemos nossa escrita a partir da nossa história. Aquilo que grifamos e remendamos aparece em cada escolha, em cada cena — no palco e no mundo.

“A CENA É O LUGAR ONDE O DESEJO ENCONTRA O DISCURSO.”

E o que estará em jogo nessa oficina?
> Improviso – uma camada que fala e escreve
> Desejo de cena – aquilo que falta e nos move
> O texto e o não dito
> Técnicas de corpo e voz
> Acreditando e mergulhando na ideia (não há certo ou errado, a criatividade é livre)
> Escuta do sintoma – narrativa coletiva e individual
> Apresentação – o sujeito no mundo

Sobre a dinâmica:
> Construção de cenas individuais e/ou coletivas
> Vivências com ferramentas do teatro, improviso, jogos, corpo, fala e escuta
> Feedbacks com mediação de Rafael Infante

Para quem é?
> Atores e atrizes
> Estudantes de teatro
> Roteiristas, performers e diretores
> Curiosos e buscadores do autoconhecimento através da arte
> Professores, psicanalistas, empresas, gestores, vendedores e empresários.

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“Uso o meu corpo e voz no espaço tempo e componho minha cena dialogando com estas instancias. A partir do Olhar do outro, na cena me reconheço e ponho meu sujeito discurso no mundo. Teatro é uma poderosa ferramenta de criatividade e construção do olhar singular.

Ele não responde, ele pergunta junto.”