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Para mim, pensar no Rio é lembrar da CAL. Costumo dizer que tenho duas casas no Rio de Janeiro: uma é da minha tia Julieta e a outra é a CAL. A CAL é um lugar onde me sinto abrigado e está sempre ligada à expansão do meu trabalho pelo lado didático que tem. Sempre que dei cursos no Rio, foi na CAL. A produção do meu espetáculo Na pancada do ganzá, na cidade, foi da CAL. Além disso tenho uma relação afetiva, seja através do Gustavo e do Hermes, e também por ter tido a sorte de encontrar jovens estudantes interessados no meu trabalho. Além disso, o próprio local é um cartão postal da cidade. Para mim, pensar no Rio é lembrar da CAL.


Antônio Nóbrega Músico, ator e professor convidado

São muitos os momentos marcantes da trajetória da CAL que nos fazem referenciá-la como um importante espaço de estudo e de produção teatral, no panorama artístico do país. Acompanho o trabalho da CAL desde sua criação. Foi através dela que o então Inacen – Instituto Nacional de Artes Cênicas – adquiriu seu primeiro equipamento de vídeo e iniciou importante trabalho de registro, de difusão e de realização de campanhas de artes cênicas. Foi através dela, e mais especificamente no período do saudoso Yan Michalski, que iniciamos o projeto Mergulho teatral através do qual grupos de artistas e diretores de diversas regiões do país – especialmente aquelas onde não existem cursos regulares de teatro – vinham para o Rio e aqui se dedicavam integralmente a uma intensa programação de cursos, palestras e espetáculos, dentre outras atividades. Este projeto até hoje permanece adaptado aos novos dias mas confirmando sempre sua pertinência. Foi nesse mesmo período em que realizávamos para seus alunos palestras sobre políticas de artes cênicas no organismo federal, ampliando para este assunto o universo de conhecimento de seus estudantes. Foram vários os encontros das escolas de teatro do país que promovíamos, onde a CAL sempre teve um papel de destaque. São muitos os momentos marcantes da trajetória da CAL que nos fazem referenciá-la como um importante espaço de estudo e de produção teatral, no panorama artístico do país. Na tarefa de formação, que é a sua vocação principal, está com seu espaço reservado no meio daquelas que se preocuparam com a renovação do ensino artístico e com a sua permanente adequação à realidade do mercado de trabalho. Adequação esta de forma que seus profissionais nele cheguem não dependentes de suas regras ou iludidos de suas “miragens” mas, principalmente, como sujeitos do seu processo de desenvolvimento na vida cultural do país.


Humberto Braga Ex-diretor do Departamento de Artes Cênicas da FUNARTE/Ministério da Cultura

A CAL se recicla a todo instante, testa caminhos, não perde nunca o prazer e as vantagens de correr riscos. Fui aluno do primeiro curso realizado na CAL (Roteiro, por Doc Comparato, em 1982) e, hoje, faço parte dos “móveis e utensílios”, sendo o professor mais antigo da escola. Num intervalo de aula, meu colega de curso Yan Michalski convidou-me para assumir uma das quatro turmas. Aceitei. No dia seguinte, a Fundação Nacional de Artes Cênicas chamou-me para dirigir o recém-criado Cenacen – Centro Nacional de Estudos de Artes Cênicas. Aceitei o Cenacen e “desaceitei” a CAL. Por isso, não sou o professor da escola desde seu início. Mas, logo no ano seguinte, conciliei a direção do Cenacen com a atividade de professor de interpretação na CAL. E não saí mais. A CAL firmou-se no cenário nacional: é procurada por alunos de todos os estados. Sua maior qualidade é ser uma escola fundamentalmente prática, apesar da base teórica que fornece aos alunos. Outra qualidade maior é a sua capacidade de não repetir fórmulas, evitando transformar-se numa escola parada no tempo. A CAL se recicla a todo instante, testa caminhos, não perde nunca o prazer e as vantagens de correr riscos. E, além de tudo, tem um corpo de professores com uma atuação permanente no teatro carioca. Para dar um novo e grande salto, a CAL precisa de um teatro/espaço cênico para a realização de seus espetáculos. Espero comemorar os 25 anos da CAL no “Teatro da CAL”. Sonhar e ter ambição são coisas fundamentais.


Clóvis Levi Autor, diretor de teatro e professor da CAL

Aquela primeira aula foi inesquecível. Aquela primeira aula foi inesquecível. Tive como alunos: Yan Michalski, Ana Maria Morethzon, Ângela Carneiro, Sandra Werneck, Clóvis Levi, Ricardo Linhares e Regina Braga, frutos mais importantes do que o próprio mestre. Foi dessa primeira aula que nasceu o meu livro Roteiros e uma mudança na minha vida, que me levou à Europa para dar aulas em Barcelona.


DocComparato Escritor e roteirista

Tenho, então, saudades da CAL. Saudades daqueles momentos e uma grande alegria dela continuar correndo risco. Eu conheci a CAL através do Yan Michalski, que é uma das pessoas mais importantes da minha vida. Através dele subi aquelas escadas, encontrei aqueles alunos e alguns deles são meus companheiros de trabalho até hoje. Como a intenção da CAL era a de criar condições de pesquisa e de desenvolvimento de pensamento, fugindo dos modelos estabelecidos, encontrávamos uma atmosfera onde alunos, professores, coordenadores e administradores tinham como objetivo único a criação e assumiam os riscos desta ousadia. Tenho, então, saudades da CAL. Saudades daqueles momentos e uma grande alegria dela continuar correndo risco. Uma pena imensa é o teatro sem o Yan.


Bia Lessa Diretora teatral e cineasta

A escola de teatro não existe para os alunos, nem para os professores: existe para o teatro A escola de teatro não existe para os alunos, nem para os professores: existe para o teatro; para cultivar valores e tradições, e renová-los a cada novo e fecundo fluxo de atores-aprendizes. A cada semestre, ao enfrentar uma nova colheita de entusiasmados alunos, eu me lembro da tremenda responsabilidade que uma escola de artes dramáticas tem: fomentar o delicado idealismo do iniciante e colocá-lo no rumo certo para enfrentar uma carreira que exige o máximo de rigor e criatividade. É um crédito para a CAL e seu corpo docente, na altura dos seus augustos 15 anos, manter a seriedade desta responsabilidade sem perder o frescor e a celebração do seu começo.


David Herman Diretor teatral, ator e professor da CAL

A CAL é uma maravilha. Falar o quê da CAL? Das avencas, das jacas, do elevador, dos jardins, do casarão, do Gustavo, do Hermes, dos cursos, da sempre carinhosa acolhida. A CAL é uma maravilha.


Antunes Filho Diretor teatral e professor convidado

Meus laços com a instituição são fraternos e definitivos. Como CAL sobre pedra. Já dirigi quatro espetáculos para a CAL. Em 1989, Se correr o bicho pega; em 1991, O mambembe; em 1992, O teatro cômico; e em 1995, Esta noite se improvisa. Além disso, fiz vários Mergulhos teatrais, não me lembro quantos. Mas aprendi muito ensinando na CAL. Dos quatro espetáculos, Se correr o bicho pega me deu o Prêmio Shell em 1989. Os outros não me deram prêmio algum, mas um grande prazer. O mambembe, de Artur Azevedo, resultou talvez no mais bem-sucedido de todos os meus espetáculos. Igual ou melhor, somente Pixinguinha, no CCBB. O que eu aprendi com esses trabalhos até hoje agradeço à CAL. E assim como eu, muitos e muitos atores, diretores, professores e alunos. Meus laços com a instituição são fraternos e definitivos. Como CAL sobre pedra.


Amir Haddad Diretor teatral e professor convidado

E, dentre todas as virtudes, uma se destaca: é um lugar vivo, muito vivo, de uma vida intensa, agitada, febril. O que é que eu posso dizer da CAL? Essa casa é uma referência inevitável, boa e má (nada é só bom), do teatro carioca nos últimos 15 anos. E, dentre todas as virtudes, uma se destaca: é um lugar vivo, muito vivo, de uma vida intensa, agitada, febril. Fui um dos primeiros a ir para a CAL. Eu me lembro que éramos eu, o Ivan de Albuquerque, a Glorinha Beuttenmüller, o Sérgio Britto. O Yan Michalski era já o coordenador. Ninguém conhecia antes aquela casa do alto, com uma escadaria tão grande. O elevador dava um certo medo (minha memória bota uma escala no meio da subida). Corriam histórias sobre o passado da casa, que tinha sido consulado da Romênia ou residência do embaixador. Num canto escuro tinha sido a adega, o que despertava a imaginação para um passado de bons vinhos europeus de safras especiais, onde agora não era mais que um vestiário plebeu. Também não dá para esquecer as reuniões do primeiro grupo de professores da CAL. O Alcione Araújo, sempre rigoroso, querendo reprovar meio Rio de Janeiro e eu, que sou um banana, equilibrando a balança do outro lado. A Juliana Carneiro da Cunha, a Beti Rabetti, a Glorinha, a Nara, o Eric, o João das Neves. Uma companhia de luxo.


Aderbal Freire-Filho Diretor teatral e professor convidado

Há também um pássaro azul, sobrevoando as árvores em meio às quais se ergue a bela casa da rua Rumânia. “No igarapé voa o pássaro azul paz e solidão” (de yuraiá, o “rio do nosso corpo”) Falar dos 15 anos da CAL é recordar do Yan que, com sua generosidade e experiência, soube dar forma ao sonho de Eric e Gustavo: uma escola aberta onde artistas pudessem, mais que ensinar, compartilhar com os alunos as suas vivências teatrais. Há também um pássaro azul, sobrevoando as árvores em meio às quais se ergue a bela casa da rua Rumânia. Um pássaro que nos fala de paz, mas não de solidão e sim de trabalho artístico e comunhão. Obrigado, amigo Yan.


João das Neves (1935-2018) Diretor de teatro e professor convidado

Ali reina o teatro. Ali se estuda, se pratica, criam-se projetos. Tudo acontece no topo de uma graciosa colina, em pequeninas casas enfeitadas de pássaros. Lá se chega através de um charmoso bondinho, o que pode induzir um turista desatento a acreditar que se trata de uma filial do Pão de Açúcar. Mas ele não estaria de todo equivocado: só que a paisagem que dali se descortina é inversa. O olhar não busca o que está por fora, mas o que de mais precioso pode existir em cada um. Ali reina o teatro. Ali se estuda, se pratica, criam-se projetos. E quando chega o momento de iniciar a caminhada, todos o fazem com a certeza de que estão preparados. A CAL nasceu de um sonho, tornou-se uma realidade e, cada vez mais, se afirma como uma das melhores instituições de ensino teatral do país.


Lionel Fischer Crítico teatral do jornal Tribuna da Imprensa e da revista Manchete

A CAL era uma proposta de renovação, sem grandes pretensões à originalidade, mas que oxigenava dentro de suas possibilidades as bases da formação teatral. Sopro do tempo. Em 1982, a idéia de um ex-aluno de teatro e de um crítico se concretizava num casarão em Laranjeiras. A CAL nascia como uma extensão renovada e ampliada da experiência de seus fundadores, Eric Nielsen e Yan Michalski, na escola de teatro da UNI-RIO, e muito em consequência da difícil fase por que passava então a tradicional faculdade. A CAL era uma proposta de renovação, sem grandes pretensões à originalidade, mas que oxigenava dentro de suas possibilidades as bases da formação teatral. Três anos depois de sua fundação, a Casa das Artes de Laranjeiras desaguava num espetáculo-síntese dessa fase inaugural. A primeira turma de formandos da Casa chega ao palco do Teatro de Arena com a montagem de A mãe, com a participação de Lélia Abramo no centro do jovem elenco. A encenação trazia, para além das suas qualidades intrínsecas, a integração da juventude dos atores-alunos com a carga dramática e a experiência de uma carreira de atriz visceralmente ligada a uma prática de teatro como expressão vital. Lélia Abramo se “dispôs” a participar de um espetáculo que marcava o fim de um tempo para os alunos: o término de sua formação básica na CAL e o começo de uma imponderável e imprevisível carreira nos palcos. O texto, por outro lado, marcava uma das mais bem acabadas expressões de um teatro político e oferecia a uma atriz a possibilidade de exercício de sua maturidade interpretativa. A medida de tempo marcaria essa montagem com significados únicos; início de uma escola de teatro que se expandiria na última década como um período em que a cena servia para uma prática política, e a solidificação de uma certa dramática da representação que tem em Lélia Abramo uma virtuose.


Macksen Luiz Crítico de teatro do Jornal do Brasil

Não há dúvida de que na CAL todos aprendem a lição de amar teatro. Há um momento certo para as coisas aparecerem, e a CAL apareceu em um deles. Eric Nielsen sonhava com o projeto, mas sem dúvida boa parte de seu sucesso inicial foi devido ao fato de ele haver estabelecido Yan Michalski como o principal mentor do ensino na escola, que nascia amparada no prestígio e no conhecimento de Yan. No alto daquela escadaria da casa da Rua Rumânia aos poucos se formou uma espécie de clima especial, e os estudantes, por estudar mais, fabricam eles mesmos as razões para terem orgulho de sua escola. Não há dúvida de que na CAL todos aprendem a lição de amar teatro.


Bárbara Heliodora (1923-2014) Crítica de teatro do jornal O Globo e professora convidada

Na CAL aprendi o senso coletivo, a troca, a ação, reação necessária a qualquer manifestação artística. Na CAL aprendi o senso coletivo, a troca, a ação, reação necessária a qualquer manifestação artística. Trago comigo todas as aulas, todos os amigos, todos os professores, e sei que tudo o que vivi naquela belíssima casa em Laranjeiras ainda pulsa e vibra dentro de mim quando estou no palco cantando. Para mim, é impossível pensar a música sem pensar o teatro, assim como é impossível cantar uma canção sem entrar no personagem, no cenário, no mundo dela. Quando, depois de um show, algumas pessoas falam que eu deveria ser ator porque tenho uma presença diferente, minha alma sorri como que secretamente, lembrando e revivendo aqueles intensos dois anos e meio que já são eternos.


Paulinho Moska Cantor e compositor, ex-aluno da turma de 1986

Registro aqui a minha alegria por ter estado presente nesse primeiro encontro de sonhadores. A grande qualidade da CAL nesses 15 anos foi desenvolver com absoluta honestidade e organização a praticidade de seus cursos, a pesquisa cênica, o embate do jogo interpretativo dentro das diversas categorias. Claro que isso se deve a seus idealizadores Eric Nielsen e Yan Michalski, diretor e crítico atuantes, experientes da vivência teatral, rigorosos nos seus propósitos. O sonho desses dois homens de cultura partiu de uma vocação e dia a dia se amplia com evidentes e felizes resultados para o nosso teatro. Registro aqui a minha alegria por ter estado presente nesse primeiro encontro de sonhadores, numa palestra inaugural dada por mim, já lá se vão 15 anos.


Fernanda Montenegro Atriz, ministrou a aula inaugural para a 1ª turma do Curso de Qualificação Profissional de Ator

Fui uma das privilegiadas. Fiz um curso onde, acredito, minha vocação foi catalizada. 1986. A CAL, a partir de uma autocrítica em cima de seus primeiros quatro anos de existência, abria apenas 35 vagas para seu Curso Regular de Formação de Ator. Fui uma das privilegiadas. Fiz um curso onde, acredito, minha vocação foi catalizada por mestres como Beti Rabetti, David Herman, dentre outros, sob a batuta do tão saudoso Yan Michalski. Minha montagem final foi Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, texto do Vianinha, que além de contemplar o Amir Haddad com o Prêmio Shell de Direção de 1989, foi o meu cartão de embarque para A mulher carioca aos 22 anos, direção de Aderbal Freire-Filho, onde considero fiz minha pós-graduação e meu ingresso definitivo nesta profissão que amo tanto.


Malu Valle Atriz, ex-aluna da turma de 1987

Ficávamos olhando a CAL lá debaixo só para dizer: “olha só como ela é linda”. A CAL foi para mim uma retomada à carreira depois de quatro anos afastada. Ali descobri que, se você fica muito tempo sem se exercitar, enferruja. Para mim, que fui aluna de uma das primeiras turmas noturnas, era tudo novo, borbulhante. Depois das aulas descíamos para o restaurante Mamma Rosa e ficávamos olhando a CAL lá debaixo só para dizer: “olha só como ela é linda”. Quando tive que sair de lá, por causa de trabalho, chorei muito. Só voltei lá quando a CAL fez 10 anos, e foi emocionante subir aquelas escadas novamente. Além disso, fui aluna de grandes mestres e fiz ótimos amigos.


Luciana Braga Atriz, ex-aluna da turma de 1983

Eles sabem a que vêm. Considero a CAL um movimento muito sério a favor da formação de profissionais de teatro. Lá tem gente muito séria, que gosta de teatro e tem muita cultura. Já é uma tradição no Rio de Janeiro. Eles sabem a que vêm.


Tônia Carrero Atriz e professora convidada

A CAL mostra a seus alunos que fazer teatro é uma tarefa árdua e difícil, uma noção fundamental para quem quer abraçar a carreira. Quando fui contratada, se inscreveram 209 alunos e quase enlouqueci. Depois, fiquei com uma turma de 29 e pude trabalhar com cada um deles cerca de quatro horas por dia. Trabalhava todos os dias de duas horas da tarde à meia-noite, num clima de alegria e desinibição. Pessoalmente, o que aprendi, o que ganhei com isso foi maravilhoso. Na CAL senti um alto nível de profissionalismo desenvolvido pela escola, que mostra a seus alunos que fazer teatro é uma tarefa árdua e difícil, uma noção fundamental para quem quer abraçar a carreira. A CAL mostra a seus alunos que fazer teatro é uma tarefa árdua e difícil, uma noção fundamental para quem quer abraçar a carreira.


CleydeYáconis (1923-2013) Atriz e professora convidada

Foi lá que aprendi mais profundamente sobre o teatro. Acho que a CAL foi muito importante porque foi lá que aprendi mais profundamente sobre o teatro. O currículo da escola abre o leque profissional para que a gente comece a se entregar cada vez mais e verdadeiramente ao teatro. Além disso, a minha turma tinha Paulinho Moska, Letícia Monte e Anna Gallo, que estão muito bem profissionalmente. Isso quer dizer: bem preparados pela CAL.


Eduardo Galvão Ator, ex-aluno da turma de 1989

Ali na CAL, consolidei a vontade de ser ator e não qualquer outra coisa. Foram anos preciosos. Estudar na CAL foi superespecial. Foram momentos importantíssimos. Eu estava fazendo vestibular apenas para tapear a minha vontade de ser artista. Durante o curso, desisti de qualquer outra coisa que não fosse o teatro. As provas para a CAL eram muito mais interessantes. Me lembro que, para me submeter aos exames, montei um musical com todos os meus primos. No meio disso, eu dizia um poema que era o meu momento de ser julgado. Depois tinha a improvisação, e o Eric Nielsen pegou pesado dizendo que era para eu viver um filho cujos pais estavam se separando. Eu parti para a comédia, dizendo que ia ser bom ter duas casas, que os dois iam cada qual namorar, ter suas vidas, e eu seria livre e feliz. Passei no teste e, ali na CAL, consolidei a vontade de ser ator e não qualquer outra coisa. Foram anos preciosos.


Otávio Müller Ator, ex-aluno da turma de 1986.

Fui aluno num momento em que eu já era profissional, mas foi na CAL que tive esta certeza. A CAL foi fundamental na minha carreira. Vivi ali grandes momentos e fiz grandes amigos. Fui aluno num momento em que eu já era profissional, mas foi na CAL que tive esta certeza. A CAL era meio que uma extensão da minha casa e carrego muitas saudades. Parabéns à CAL pelo rigor e disciplina, que são fundamentais para o profissional.


Marcos Palmeira Ator, ex-aluno da turma de 1983

Quando entrei para a CAL, em 1983, eu acabara de me formar na UNI-RIO e era um profissional. Considero a CAL uma pós-graduação. A CAL se confunde com a minha carreira, com a minha vida a partir do teatro. Eu fui o aluno número 1, trabalhei durante dois anos ao lado do Gustavo na administração, dei aulas desde o primeiro ao último período, além de todo o tipo de curso para atores. É uma Casa que tem uma total afinidade com o trabalho que faço, além de encontrar ali uma identidade pessoal também com seu aspecto pedagógico. Sempre que dou aulas, é lá que o faço. Além disso, tenho uma grande relação de afetividade pela preciosa convivência artística com Yan Michalski. Quando entrei para a CAL, em 1983, na primeira de suas turmas, eu acabara de me formar na UNI-RIO e era um profissional. Considero a CAL uma pós-graduação. Comemoro junto com essa Casa seus 15 anos que também são meus, profissional e afetivamente. Quando entrei para a CAL, em 1983, eu acabara de me formar na UNI-RIO e era um profissional. Considero a CAL uma pós-graduação.


Moacyr Góes Ator, diretor e professor da CAL.

Foi necessário que Yan, Gustavo e Eric tivessem, antes de nós, essa mesma humildade e a ousadia de transformar a CAL neste espaço importante para o teatro brasileiro. “Merlin - Acaso ser humilde significa recusar uma tarefa por não estar certo de a poder cumprir? A - Não, isso não é humildade, é o orgulho secreto. Merlin - Então, como age o humilde? A - O humilde aceita a tarefa que lhe é destinada, mesmo com o risco de fracasso”. Esse diálogo de Tankred Dorst veio-me à mente quando fui convidada por Yan Michalski para dar aulas na CAL. À essa humildade, acrescentei a paixão que sempre acompanhou toda minha carreira profissional. Mas para que eu e outros professores, que passamos e que estamos ainda hoje na CAL, pudéssemos desfrutar desse sonho, foi necessário que Yan, Gustavo e Eric tivessem, antes de nós, essa mesma humildade e a ousadia de transformar a CAL neste espaço importante para o teatro brasileiro.


Maria Esmeralda Atriz e professora da CAL

Na CAL conheci os artistas que logo me abriram caminhos no mundo profissional. Uma vez que decidi fazer da arte dramática a minha profissão, escutei do meu pai, um comerciante, a surpreendente questão: “qual tu acreditas que é a melhor formação educacional para esta carreira?”. Soube da CAL no Rio, uma escola recém-criada pelo Yan Michalski. Era assim conhecida a CAL em Porto Alegre, cidade onde morava. Vim até o Rio de Janeiro, em 1984, conversar com o Yan, um polaco como meu pai, que me aconselhou a fazer os Cursos de Verão e depois o de Formação. Voltei para a casa dos meus pais, depois de um verão mergulhado em teatro na CAL, e trouxe a resposta para o meu pai: a CAL. Acho que foi a escolha certa, pois na CAL conheci os artistas que logo me abriram caminhos no mundo profissional, que me instigaram ainda mais na metodologia da formação de um ator e que, uma vez ídolos distantes, hoje são, me enchendo de orgulho, os meus colegas de trabalho. Na CAL , onde hoje faço parte do corpo docente, procuro dar ao futuro ator a consciência da função social que esta profissão implica, ou seja, uma ética profissional. E assim, talvez, não sei se agrado às tendências mercadológicas mas, com certeza, sei que dou orgulho ao meu pai por ter um filho ator.


Gilberto Gawronski Ator, diretor e professor da CAL, ex-aluno da turma de 1986

Foi contagiante a alegria de Yan ao ver ali os alunos que ajudou a formar, no palco, encarando com seriedade e competência a nova profissão. Cheguei à CAL a convite de Yan Michalski. Naquele tempo ele ainda era para nós, do TAPA, a personificação do crítico respeitado e temido. Fui assistir a um espetáculo do grupo, onde estreavam profissionalmente atores da primeira turma formada pela escola. Foi contagiante a alegria de Yan ao ver ali os alunos que ajudou a formar, no palco, encarando com seriedade e competência a nova profissão. Dissipara-se a carrancuda imagem do crítico, para dar lugar a um novo amigo que muito me ensinou sobre o entusiasmo pelo teatro. O mesmo entusiasmo que o acompanhou até o fim, e que anima essa escola, a sua escola, de cuja história, a partir de então, eu passei a fazer parte.


Renato Icarahy Ator, diretor e professor convidado

O aluno que entra para a CAL cruza uma porta que dá diretamente no convívio com grandes artistas da área. A CAL já é uma mocinha! 15 anos! Só que aqui é Brasil, Rio de Janeiro, e, aqui, uma escola de formação de atores com 15 anos, já é uma tradição. Penso que a tradição que melhor caracteriza esta febrilmente ativa escola é ter sempre em seu quadro de professores profissionais brilhantes em pleno exercício de suas atividades, que somam ao seu desempenho a capacidade de dar aulas. O aluno que entra para a CAL cruza uma porta que dá diretamente no convívio com grandes artistas da área. Sopremos as 15 velinhas! Parabéns!


Cecil Thiré Ator, diretor e professor

Foi na CAL que conheci os mestres que me transmitiram a dimensão da profundidade e responsabilidade do ofício do ator. Foi na CAL que conheci os mestres que me transmitiram a dimensão da profundidade e responsabilidade do ofício do ator. Foi na CAL que me apaixonei pela arte e pela necessidade do saber artístico. Serei, portanto, eternamente grato à CAL pelos professores que tive, pelos amigos para toda a vida e pelos parceiros de coxia e de cena que sempre levarei em meu coração. CAL, minha casa. Feliz 32 anos e espero sempre poder voltar.


Bruce Gomlevsky Ator, diretor e produtor, ex-aluno da turma de 1997

Acho que a CAL é, no momento, a mais séria escola de formação de atores no Brasil. Acho que a CAL é, no momento, a mais séria escola de formação de atores no Brasil. Percebo uma preocupação em fomentar a troca de informação e experiências com diferentes regiões, trazendo a cada semestre uma renovação através do contato com grupos distintos de teatro. Eu, que viajo dando cursos pelo país afora, gosto de receber essas influências diferenciadas. Recebo muitas cartas me pedindo para indicar cursos de teatro e é com prazer que indico sempre a CAL.


Stênio Garcia Ator e professor convidado

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