E VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE

Baseado em contos de fada de Charles Perrault, (Pele de Asno, Chapeuzinho Vermelho, O Pequeno Polegar e Barba Azul) o texto da montagem de E Viveram Felizes Para Sempre, tem a direção de Thierry Trémouroux, em mais um espetáculo de formatura que coloca 20 novos atores no mercado de trabalho. A partir de 8 de março, a peça inaugura uma parceria entre o Consulado Francês e a CAL em um novo espaço, o Salão do 12º andar da Maison de France.
Thierry cresceu estudando teatro em Paris. Atraído por mitos, ele lembra que os contos de fada do também francês Charles Perrault atravessaram os séculos e se incorporaram à nossa tradição tornando-se clássicos inesquecíveis da literatura infantil. A montagem de Thierry, no entanto, não é apenas uma colagem de cenas das obras de Perrault. Inspirados por Sêneca, Fernando Pessoa, Mário Quintana, Valère Novarina, Bruno Bettelheim, Marina Colassanti, Sylvia Orthof, Cami e, claro, Charles Perrault, eles criaram uma nova fábula que vão contar ao público. Um mergulho no ofício do ator, passaporte para esses jovens atores que, em breve, deixarão a escola de teatro para emprestar os seus talentos aos palcos do mundo.
Não faltarão animais, deuses e muita fantasia. Porque é assim - dizia Jean de La Fontaine - que, suave e docemente, se despertam consciências. Depois de se emocionar diversas vezes durante os ensaios, o diretor pretende que este espetáculo criado a partir de suas mais profundas lembranças, desperte a criança perdida em cada pessoa sentada na platéia. “Durante muito tempo, os contos de fadas foram esquecidos, desprezados e banidos, sob a alegação de serem irreais e selvagens, por causa de suas tramas sempre altamente dramáticas. Depois que a psicanálise desmistificou a “inocência” e a “simplicidade” do mundo da criança, os contos voltaram a ser lidos e discutidos, justamente por descreverem um mundo pleno de experiências, de amor, mas também de destruição, de selvageria e de ambivalências. Conflitos edípicos, medos internos da criança, rivalidade com irmãos, sentimentos de inferioridade, todos esses valores da vida entre memória e tempo implacável, serão revelados pela luz poética do teatro. Do fundo dos armários, livros, objetos, bichos e animais estranhos passarão a ganhar novas vidas nas mãos dos atores, adultos, na busca de uma inocência perdida, terra de ninguém.”