A PALAVRA PROGRESSO NA BOCA DE MINHA MÃE SOAVA TERRIVELMENTE FALSA

“Essa terra toda é um túmulo.” 

A Turma TEC-M, em seu 4º período do Curso Técnico da CAL, assumiu uma o desafio de falar sobre guerra, dor e memória. Com o texto de Matéi Visniec, um dos dramaturgos contemporâneos mais celebrados, o elenco de jovens atores e atrizes em formação vai levar à cena uma reflexão sobre  os rancores e feridas escondidos sob a camada de multiculturalismo e liberdade que as novas paisagens geográficas e humanas da Europa apontam. 

Sob direção de Daniel Herz, o processo de preparação correspondeu à máxima potência da criação coletiva em cada uma das etapas do fazer teatral, uma arte colaborativa acima de tudo.

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Sinopse
As fronteiras que desaparecem na Europa, a mistura cultural e a liberdade reencontrada delineiam uma nova paisagem geográfica e humana... Traçam o futuro e a esperança. Mas se escavarmos um pouco sob essa paisagem, descobriremos várias camadas de mortos sobrepostas e muitos ferimentos mal cicatrizados, ainda sangrando. O texto do romeno Matéi Visniec, trata da guerra e do desterro de uma família ao retornar para casa devastada. A peça aborda o drama de uma mãe impedida de fazer o luto de seu filho morto na guerra e como as fronteiras podem se reconstituir em outro lugar, nos corações, nos rancores, nos espíritos atormentados. 

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Com a palavra, o diretor

“(...)Fico extremamente realizado como delicadamente um ambiente de confiança foi se estabelecendo a cada ensaio. Confiança esta que se tornou uma base consistente para que os atores “experimentassem” uma abordagem não realista do texto. A busca de uma energia não cotidiana em cena, assim como uma pesquisa de uma fisicalidade com imagens que criaram metáforas da imensa dor de uma família desintegrada pelo horror da guerra. 

Encontro nesta turma atores e atrizes apaixonados pelo fazer teatral. Isso é tudo que um diretor mais quer. 

Agradeço a todos a alegria que conquistamos para estarmos potentes a cada ensaio. Rigor e alegria são possíveis de conviverem lado a lado e os meses que passamos juntos  provam isso.

Agradeço a minha assistente de direção Jéssika Menkel  sua enorme contribuição e a CAL pela oportunidade de estar com esse grupo. 

Merda a cada um, merda ao nosso espetáculo!”

Daniel Herz