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2025.1 Curso Técnico Formatura TEC.P

INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS

de Jô Bilac
direção Marcelo Morato

08 a 18/05
qui a dom . 18h + 20h30

Unidade CAL Glória

Espaço Sergio Britto

16 Anos

- E por que ele quer morrer?
- Ele não sente amor pela humanidade.
[ Infância, Tiros e Plumas, cena 2 ]

Por um teatro que emerge no encontro entre gêneros e paradoxos dos sentidos, a turma TEC.P apresenta a curta temporada de “Infância, Tiros e Plumas”, com texto de Jô Bilac e direção de Marcelo Morato.

A história gira em torno do encontro de nove pessoas em um voo para Miami, o que desencadeia uma série de incidentes.

Nesta peça teatral, Jô Bilac nos faz perceber o esvaziamento dos discursos. Em seu trabalho mais crítico, significantes que perderam significados e palavras de ordem disparadas como balas, são material para uma espécie de paródia, um pastiche de uma história que conhecemos de cabo a rabo e que, sabemos, não poderá terminar bem.

As situações inesperadas e angustiantes da viagem, ampliadas pela altitude e as turbulências do voo, intensificam as tensões entre os personagens e deflagram questionamentos sobre a decadência das relações humanas, num jogo cênico rico e desafiador para elenco formando. Exatamente o tipo de espetáculo que desejamos viver.

 

• • •
Com a palavra, o diretor:

O universo de “Infância, Tiros e Plumas” é pleno de paradoxos. Mundos encantados, utopias literárias, paraísos artificiais, moedas virtuais, promessas demagógicas, idealizações sobre amor, sucesso e felicidade, entre outros delírios de uma vida perfeita, confrontam-se com o desprezo pelas minorias, a humilhação dos mais pobres, a subserviência aos caprichos dos mais ricos, regados a infâncias desmanteladas, abusos de poder, subornos, chantagens, tráfico de órgãos, assassinatos e super-heróis que mais parecem vilões obscenos.

O próprio título da obra já nos dá uma pista de que a mistureba é a tônica desta peça, num contínuo choque de significantes que ora se anulam, ora se tensionam, pois não participam do mesmo campo semântico. Jô Bilac reuniu na mesma ação dramática infância, tiros e plumas.

Infâncias ameaçadas pelo amadurecimento precoce, pelos adultos irresponsáveis e imaturos que deveriam ser seus protetores, pela lógica de mercado que as enxerga como consumidores-mirins. Os tiros de armas de fogo ou de brinquedo que, nas mãos de bêbados, traficantes e crianças, arriscam a segurança de toda a tripulação, enquanto outras ameaças letais, como maçãs envenenadas, injeções, opióides, ou até mesmo as novelas de Dostoiévski podem ser usadas de forma vingativa por esposas traídas, amantes iludidas e doutores sem ética. As plumas não aparecem literalmente, mas se fazem presentes na futilidade, nos sonhos delirantes de grandeza, no enfeite, no adorno, na fantasia, na falta de responsabilidade e compromisso, na assombrosa e devastadora arrogância de princesas-mirins, e, sobretudo, no desprezo pela vida humana.

(...)

Num grande caldeirão de referências, Jô Bilac mistura as mais diversas fontes, usando como ingredientes duas novelas de Dostoiévski: “A Dócil” e “Sonho de um Homem Ridículo”; o clássico infantil “Branca de Neve e os Sete Anões”; as tirinhas da “Mafalda”, criação do argentino Quino; o universo kitsch almodovariano etc. Nesta peça de 2015, o autor faz uso de uma linguagem ágil, numa dramaturgia de cortes quase cinematográficos, onde cada cena sempre se inicia com o diálogo já em andamento. Como criadores do espetáculo, nós também empregamos um amálgama de referências: canções emblemáticas (desde Carmen Miranda até ABBA) e trilhas sonoras reconhecíveis (de filmes de Alfred Hitchcock, Pedro Almodóvar e Charles Chaplin), que estabelecem uma atmosfera para os mais diversos gêneros dramáticos: melodrama, farsa, suspense, tragédia grega, chanchada, musical, entre outros. Quanto ao espaço cênico, que em boa parte da ação se dá no interior de uma aeronave, tão comprimido e previsível em sua forma cilíndrica, também deformamos, explodimos ou expandimos seus limites realistas. Os assentos do voo 6331 estão em constante movimento e reorganização, servindo às atmosferas e às relações que se estabelecem ao longo da ação dramática. Neste voo que, desde o início, tinha tudo para dar errado, os passageiros e tripulantes se dirigem vertiginosa e alucinadamente para um desfecho que não teria como ser idílico. (...)

Marcelo Morato

  • Texto

    Jô Bilac

  • Direção

    Marcelo Morato

  • Direção de Movimento

    Marina Salomon

  • Direção de Arte

    Fael di Roca

  • Iluminação

    Wilson Reiz

  • Assistentes de Direção e Trilha Sonora

    Ana Boeckel

    Renata Machado

  • Assistente de Montagem

    Adrye Battista

  • Assistente de Produção

    Nicole Mocarzel

  • Operação de Luz

    Wilson Reiz

    Ana Parreiras

  • Montagem de Luz

    Jaime Sousa

    Nilson Souza

  • Programação Visual

    Rita Ariani

  • Fotografia

    Pablo Henriques

  • Direção de Produção

    Marcia Quarti

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