DECOTE

"Faltam 4 horas pra final! Faltam 4 horas pra final! Ah, a final! É como, se a qualquer instante, uma grande revelação fosse acontecer".

Rio de Janeiro, décadas de 50 e 60. Em dia de final de mais um Fla x Flu, outros confrontos se desenrolam no dia-a-dia dos bairros cariocas. “Decote” entrelaça episódios de amor, desejo e ciúme que oscilam entre o ridículo e a tragédia. Inspirada no universo moral e febril de Nelson Rodrigues, a peça expõe como culpa, machismo e fantasia podem transformar o cotidiano em catástrofe. Entre humor ácido e melodrama, revela o abismo entre o que se deseja e o que “se pode”, tendo o futebol como pano de fundo e metáfora de um país que torce, julga, lincha e celebra com a mesma intensidade.

Para uma turma que queria humor, ele veio na colisão entre o absurdo e real. Nesse cenário de repartição, é encenado a tragédia do ser humano em seu estado mais cômico, trazendo nas entrelinhas o espírito catalisador e o amor pelo futebol.

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Com a palavra, o diretor

“A possibilidade de um diretor revisitar um texto já montado pelo mesmo é um excelente desafio. Passados tantos anos, o diretor não é exatamente o mesmo, o elenco é outro e o espaço, completamente diferente. Na sinergia com a turma TEC T, várias ideias novas surgiram. Numa relação de confiança conquistada ao longo dos meses, essa montagem encontra no teatro a sua potência máxima. O limite de espaço não convencional de teatro se torna único espaço onde a encenação deve acontecer por toda a eternidade! Uma turma talentosa é tudo que um professor/diretor mais deseja. Em cada um desses atores, tive de presente a renovação da alegria de cada ensaio. Junto com a minha incrível assistente de direção, Julia Nepomuceno, posso dizer que fomos felizes e sabíamos disso a cada instante. ”

Daniel Herz