PLÍNIO MARCOS - ENTRE GRADES E FERIDAS

“Escrevo muito depressa porque escrevo com raiva, com muita raiva. Raiva do Estado e do estado em que se encontra o povo brasileiro.”

A turma TEC-B estreia uma engenhosa montagem que presta uma homenagem a um dos gênios da dramaturgia brasileira, enquanto oferece também diferentes possibilidades para esses jovens atores e atrizes em formação. 

Com direção e adaptação de André Arteche, alguns dos mais importantes textos de Plínio Marcos são trabalhados no espetáculo: Dois Perdidos Numa Noite Suja, A Mancha Roxa, Barrela, Navalha na Carne e Quando as Máquinas Param. Tudo se dá a partir de uma entrevista – parte fundamental da adaptação – em que Plínio revisa toda sua obra em uma conversa com uma repórter que, curiosamente, parece saber mais sobre a vida de Plínio do que ele mesmo. 

Por meio de uma costura de cenas, a Turma TEC-B mostra que as críticas dilacerantes do autor ainda conversam com o contemporâneo.

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Com a palavra, o diretor.

"Em 2025 Plínio Marcos completaria noventa anos. Essa foi uma das motivações da turma TEC B, do segundo período da CAL, para encarar o desafio de levar ao palco um dos autores brasileiros mais importantes em nossa literatura teatral. Plínio trouxe à cena, pela primeira vez, os tipos perigosos, marginais, que vivem à parte da sociedade. Um universo de bandidos, prisioneiros homens e mulheres, prostitutas, cafetões, loucos e tantos outros, em geral, varridos para baixo do tapete. Com Plínio, não. Com ele, a ferida era tocada e as grades do já falido sistema carcerário do século passado, escancaradas aos olhos do público estupefato. (...)"

André Arteche