AGOSTO QUENTE

​​“Graças a deus não podemos prever o futuro. A gente nunca iria levantar da cama.”

Sob direção de Ole Erdmann a turma TEC.X apresenta um espetáculo onde a tensão é absoluta e as camadas de dramas e embates se entremeiam com o impacto de uma violência psicológica nua e crua. A peça de Tracy Letts, vencedora do Prêmio Pulitzer e do Tony Award, é uma contundente e emocionante história sobre conflitos familiares que podem esconder segredos inconfessáveis. Aqui, uma família desconectada, desfeita, cujos membros insistiram na união o quanto puderam, da forma que puderam, ocultando abusos e tragédias, chegam finalmente ao limite.. Apesar de se tratar de um texto denso, forte, com todos os traços que trazem os clássicos, há uma certa descontração em Agosto Quente, uma recusa em levar-se demasiado à sério, uma tendência a nos passar 'rasteiras' cômicas justamente nos momentos que achamos que não há mais espaço para o riso. Grande oportunidade para o elenco mostrar sua versatilidade.

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Com a palavra, o diretor
“Com Agosto Quente, Tracy Letts escreveu uma epopeia familiar tragicômica que envolve os clássicos assuntos familiares: da culpa, da chantagem e dependência emocional, da autodestruição, do incesto e do amor não correspondido ou rejeitado. Agosto quente conta de forma muito atual o lento processo autodestrutivo de desintegração e ruína de um clã familiar na América do meio-oeste contemporânea. A peça articula a antítese tanto do sonho americano quanto do conceito da família como seu último reduto. Letts combina na sua escrita a tradição do realismo americano de Eugene O'Neill ou Tennessee Williams com o humor ácido de uma trágica comédia contemporânea.

O grande desafio para os alunos e a equipe consistiu em implementar esse cenário realista no palco e no desenvolvimento dos personagens. A peça conta com uma grande perspicácia sobre a natureza e psicologia humana e um laboratório perfeitamente construído da condição humana em uma família disfuncional que, infelizmente, todos nós talvez já conhecemos em algum momento.”(...)

Ole Erdmann